"E vagueio por estas vidas como mensageiro sem dono, com relatos do que vejo do que sou e do que sonho.
palavra que repetes em cada estrofe fiel, ao que eu sinto, tudo o que vives tudo o que eu vivo num papel"

domingo, fevereiro 6

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"o tempo não para, repara perdeste tempo, á espera que a chance te cante um amanhã diferente. Que a vida mude, que a morte espere um bocado, ou a contar que a sorte te transporte para fora de um bairro. A inventar talentos, esforçar passatempos, a espera que as noites te levem os dias cinzentos. A chance tarda e a esperança nunca é de otario, mas semana a semana vai estudando o calendário, a vida não espera, e a necessidade aperta com trabalho com descanso ou somente com uma reza.

(...)

"De sol a sol vou contando luas tristes, sem ter a chance de chorar sem que tu visses. Tornei-me lutadora a dor ja não me comove, e tenho horizontes prontos para uma prova dos nove. Da-me uma chance para te mostrar que ela não existe, da-me uma chance para te provar que tu nunca a viste, da-me um momento um minuto ou um segundo, da-me uma chance de puder mudar o mundo, da-me uma chance para poder começar tudo de novo, da-me uma chance para puder mudar a vida do povo, para ser a sorte de quem tem azar mais, para ser a fuga para reclusos sem condicionais. Da-me uma chance para ser a solução que queres, o coração que chorar quando tu ja não consegues"

(...)

"Dá-me uma chance, para dar chances a todos, trocar respeito pelo ódio que temos uns pelos outros, para ser abraço de quem na solidão espera, para ser perdão para quem vive sem saber que erra. Ser o teu momento alto de felicidade, trocar o beat por saúde ou força de vontade, fazer a diferença sem diferença so no verso, tornar real cada chance que eu te peço. Dás-me essa chance? Procuras-me essa chance brother? tu não encontras porque a chance não existe acorda. A vida é uma e é bom que vivas agora, o mundo é uma forca e a espera so te tras a corda. És o momento, és o que tens o que fizeste, tu és a chance porque é que esperas pela que não tiveste. Esqueçe o amanhã de qualquer forma não pode ser, com uma chance que não tens nem nunca vais ter"


Por: Royalistick. (TOTALMENTE VERÍDICO)

domingo, janeiro 30

sg, em

"Ainda te lembras de mim? tu ensinaste-me a sorrir, ensinaste-me a ser forte e a nunca desistir"

E a noite choro, sozinha, mesmo pareçendo que estou bem no dia-a-dia, observo-vos de longe, sem contemplar o resto do mundo, sinto a vossa falta, devagar, sento-me e olho-vos durante horas, os meus olhos viram azuis de tanta agua que deles caiem, e consigo ficar naquele lugar durante dias, mesmo que o mundo inteiro me passe por cima, e talvez sofra mais do que alguma vez sofri, mantenho-me ali, na esperança que um dia voltem, me sorriam, e me deem o melhor abraço do mundo, melhor porque é vosso, e concerteza forte, por ser nosso. As desculpas são evitadas, por isso evito pedi-las, ninguem lê os meus olhos com mais sinceridade, e ninguem percebe melhor cada entre-linha dita entre frases. Procuro ser forte, para vos puder dar força, procuro ser feliz, para vos dar felicidade, procurar crescer para vos dar orgulho, e procuro mudar, para vos ter de volta. Quem sabe, um dia, ate la sofro o que voces sofrem, e sinto o que voces sentem, de longe, mas ao mesmo tempo, tão perto. Chamem-me, baixinho, e eu atravesso então todas as guerras, das mais mortais as mais sangrentas, das mais poderosas ás mais fracas, faço de escrava e de rainha, ando a pé o deserto inteiro, fico cega ou perco a voz, dou tudo o que tenho, e não tenho, para nem que por uma ultima vez, vos abraçe, e se fechar os olhos, e não os voltar a abrir, então obrigado, por fazerem de mim a pessoa que sou hoje, por me darem lições de vida preciosas, e por me agarrarem, e me fazerem feliz, mesmo que seja, a ultima vez.

(...) não és tu contra o mundo, somos nos contra o universo, e promessas são eternas.

segunda-feira, janeiro 24

"(...) ela tentou dar-lhe o melhor que tinha, tentou mostrar-lhe que ha mais na vida para alem do caminho que ele tinha escolhido, ela infelizmente, conheçia ja a meta onde ele um dia iria chegar, conheçia todos os perigos que o caminho escolhido por ele, lhe trazia, e sabia exactamente qual era o seu fim. Tentou então a todo o custo desvia-lo da tentação, mostrar-lhe um pouco do mundo que ha muito ele ja não via, e muitas vezes foi tentada a ir com ele, a dar-lhe a mão e a seguir-lhe os passos, mas ela era forte, foi ensinada pela vida que a tentação nunca tem um final feliz, então com toda a força que tinha, não se agarrou apenas a mão dele, pegou-lhe nos braços, e puxou-o, tentou que por  meros segundos, ele olha-se para tras, e percebe-se que existiam mais opções. A escolha dele, foi rápida e directa, seguiu em frente naquele beco escuro, sem sequer se importar com a força que ela fazia, sem se aperceber que ela apenas o tentava salvar. Ela ao longe, viu-o continuar, e ficou parada, podia simplesmente virar costas e seguir a vida dela, sabia que o que sentia por ele, não era amor, era carinho, era necessidade de o fazer ver que valia mais do que pensava, num impulso, correu para o beco onde ele se encontrava a caminhar, foi como se tivesse saltado para o fundo do poço, atirou-se com a esperança de que o conseguia trazer de volta, correu com tudo o que tinha, e la no fundo, vi-o estendido no chão, sentou-se ao lado dele, e limpou-lhe a cara, deu-lhe um beijo na testa, tirou-lhe a garrafa da mão, e os cigarros dos bolsos, tentou acorda-lo, mas assim que ele abriu os olhos, e ambos se fixaram por meio minuto, ela percebeu, que ja não era ele que estava dentro daquele corpo, e numa versão de segundos, ele estava em cima dela, enquanto ela gritava desesperadamente, ele apoderou-se daquela que deixou a propria vida, para o salvar, ela chorava de olhos fechados, tinha desistido de gritar, e chorava apenas, tentava não pensar na dor, e mesmo sabendo que ali estava um monstro, ela tentava perceber o porque de tamanha atitude, tentava no fundo, compreende-lo, e ele via nela apenas um pedaço de carne, que usou e ao acabar, deixo-o ali, desfeito, completamente inutilizavel, e sem sequer olhar duas vezes, voltou-se, e foi-se embora, ela ficou ali, devagar vestiu-se e encostou-se ao canto mais proximo, chorou durante horas, parou por opcção, podia ter ficado ali meses, que as lagrimas iam continuar a cair, mas parou, limpou os olhos, recompos-se, e devagar tentou voltar atras, encontra-se agora no meio daquele que é o principio de um beco onde viveu a pior experiencia da vida dela, e no fim daquele que era o caminho de onde talvez ela nunca deveria ter saido, soube mais tarde que ele criou vida naquele beco, desfez a imagem que ela tinha perante a sociedade, e viveu disso, consegue agora ser feliz, enquanto ela se encontra ali, fechada numa casa algures ali no meio da qual raramente sai, com medo de voltar a escola, de voltar a uma sociedade, de voltar a confiar, não é que ela não queira, todos os dias se levanta cedo, todos os dias ela estuda, e todos os dias ela tenta voltar a ser a rapariga mediana que era antes, tenta a todo o escuto fingir a familia que tem uma vida normal, enquanto eles pensam o pior, " talvez ande nas drogas, talvez tenha seguido um caminho que não o que imaginamos para a menina que criámos", ela sabe o que eles pensam, e ouve as coisas mais horriveis sairem da boca de cada um, sem qualquer apoio, aparenta estar optima, mas esta desfeita, aparenta ter a coragem para seguir, mas a verdade, é que continua ali no meio, sozinha rodeada de medos, estuda todos os dias para o dia em que alguem a leve de novo a escola, muda de visual para o dia em que se voltar a sentir atraente, e atras do computador mostra-se bem e mais radical do que nunca, para puder sentir que ainda tem alguma esperança de vida, na realidade, ela so esta a espera que alguem a compreenda o suficiente, para lhe dar a mão, enquanto isso, ela fica ali, aparentemente bem, a janela, a ver de longe, o sorriso dele, depois de ter destruido a vida dela, ele esta feliz, e no fundo, foi por isso que ela sempre lutou (...)"


(the end, veridico) Ruth Pereira